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Novembro 20, 2019
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Novembro 20, 2019
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Abril 26, 2019
A partir de hoje o Rotas do Mundo entra num break.
Surge o meu novo blog After Peter...
Sabe tudo aqui...
AfterPeter
Janeiro 01, 2019
Setembro 08, 2018
Sigmund Freud disse um dia: “Os Cães amam os seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio nas relações.”
Setembro 06, 2018
Segundo a Publishers Weekly, este será “um herói improvável,... uma história com muita emoção e um toque de arte... uma combinação de cortar o fôlego até à ultima página”.
Na minha modesta opinião este será apenas um livro que mistura arte com história da segunda guerra mundial, um livro surpreendente e emocionante.
Lucien Bernard é “O arquiteto de Paris” que vive na cidade luz ocupada pelas tropas nazis. Precisa desesperadamente de dinheiro e tem uma proposta milionária. A questão é aceitá-la ou não.
Esta proposta consiste em construir um esconderijo para um judeu abastado.
Aceitar ou não?, eis a questão.
Um romance de Charles Belfoure, um dos bestdellers do New York Times.
Julho 16, 2018
Quero uma rua de Roma
com seus rubros com seus ocres
com essa igreja barroca
essa fonte esse quiosque
aquele pátio na sombra
ao longe a luz de um zimbório
mais o cimo dessa torre
que não tem raiz no solo
Em troca darei Moscovo
Oslo Tóquio Banguecoque
Fugaz e secreta à força
de se mostrar rumorosa
só essa rua de Roma
em cada nervo me toca
Por isso a quero assim toda
opulenta de tão pobre
com o voo desta pomba
o ribombar desta moto
com este bar de mau gosto
em cuja esplanada tomo
este espresso após o almoço
à tarde um campari soda
Em troca darei Lisboa
Londres Rio Nova Iorque
toda a prata todo o ouro
que não tenho em nenhum cofre
só no cotão do meu bolso
e no que a pátria me explora
Quero essa rua de Roma
Aqui onde estou sufoco
Aqui as manhãs irrompem
de noites que nunca morrem
Quero esse musgo essa fonte
essas folhas que se movem
sob o sopro do siroco
ora tépido ora tórrido
frente à igreja barroca
tão apagada por fora
mas que do altar ao coro
por dentro aparece enorme
Quero essa rua de Roma
casta rugosa remota
Em troca darei as lobas
que não aleitaram Rómulo
mas me deixaram na boca
o travo do transitório
Quero essa rua de Roma
sem conhecer quem lá mora
além da madonna loura
misto de corça e de cobra
que ao longo de tantas noites
tanta insónia me provoca
Quanto às restantes pessoas
inventarei como sofrem
Quero essa rua de Roma
Terá de ser sem demora
Sabemos lá quando rondam
abutres à nossa roda
Mas não me lembro do nome
da rua que assim evoco
soberba se bem que tosca
direita se bem que torta
com um Sol que tanto a doura
como a seguir a devora
Em troca darei o troco
do que por nada se troca
o florescer de uma bomba
o deflagrar de uma rosa
Quero essa rua de Roma
Amanhã Ontem Agora
Que importa saber-lhe o nome
se a trago dentro dos olhos
Há uma igual em Verona
Outra ainda mais a norte
Outra talvez nem tão longe
num burgo que o mundo ignora
Outra que apenas se encontra
onde a paixão a descobre
Mas rua sempre de Roma
Romana em todo o seu porte
mistura de alma e de corpo
aquém além do ilusório
Romana mesmo que em Roma
não haja quem a recorde
Onde quer que o sexo a sonhe
e o coração a coloque
é lá que todo sou todo
Aqui não Aqui não posso
David Mourão-Ferreira, in 'Os Ramos Os Remos'
Julho 14, 2018
"I dream of walking in paradise,
solstice in the sun,
building sand castles
and watching seagulls
march around and hovering the clouds..."
Julho 10, 2018
....
Março 20, 2018
O sol vai esmolando os campos com bôdos de oiro.
A pastorinha aquecida vai de corrida a mendigar a sombra do chorão corcunda, poeta romântico que tem paixão pela fonte. Espreita os campos, e os campos despovoados dão-lhe licença para ficar nua.
Que leves arrepios ao refrescar-se nas aguas! Depois foi de vez, meteu-se no tanque e foi espojar-se na relva, a secar-se ao sol. Mas o vento que vinha de lá das Azenhas-do-Mar, trazia pecados consigo.
Sentiu desejos de dar um beijo no filho do Senhor Morgado. E lembrou-se logo do beijo da horta no dia da feira. Fechou os olhos a cegar-se do mau pensamento, mas foi lembrar-se do próprio Senhor Morgado á meia noite ao entrar na adega. Abanou a fronte para lhe fugir o pecado, mas foi dar consigo na sacristia a deixar o Senhor Prior beijar-lhe a mão, e depois a testa... porque Deus é bom e perdoa tudo... e depois as faces e depois a boca e depois... fugiu... Não devia ter fugido...
E agora o moleiro, lá no arraial, bailando com ela e sem querer, coitado, foi ter ao moinho ainda a bailar com ela. E lembra-se ainda - sentada na grande arca, e mãos alheias a desapertarem-lhe as ligas e o corpete, enquanto ouve a historia triste do moinho com cinquenta malfeitores...
Quer lembrar-se mais, que seja pecado!
Quer mais recordações do moinho, mas não encontra mais.
Ah! e o boieiro quando, a guiar a junta, topou com ela e lhe perguntou se vira por acaso uma borboleta branca a voar a muito, uma borboleta muito bonita! Que não, que não tinha visto; mas o boieiro desconfiado foi procurando sempre, e até mesmo por debaixo dos vestidos. Como desejava poder ir com todos!
Não sabe o que sente dentro de si que a importuna de bem-estar.
Teria a borboleta branca fugido para dentro dela?
Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1'
Março 19, 2018
A vida trouxe-nos muitas aprendizagens, muitas alegrias, muitas amarguras.
Do passado, aquilo que posso dizer é que está ultrapassado, aprendemos com os erros e perdoei. Das coisas boas guardo e recordo, algumas com saudades.
Do presente, que continuemos cada vez mais unidos, dificilmente nos entendendo pois somos muito diferentes e ao mesmo tempo muito iguais, mas mesmo assim somos felizes.
Do futuro que cá estejas a chatear-me a molécula e eu a ti.
Há coisas que me custam dizer por isso apenas: Obrigado por tudo, obrigado por me fazeres acreditar, obrigado por confiares em mim, obrigado por me teres dado liberdade para ser eu, obrigado por todas as coisas que me transmitiste, obrigado pela cultura que me deste, obrigado pelos esforços que fizeste por mim, obrigado pelas mini viagens que faziamos para vermos os nossos castelos e palácios, obrigado pelos livros, obrigado pelo tempo dispendido com as minhas atividades, obrigado por me ires buscar às tantas da manhã de pijama, obrigado pelas horas de rock que ouviamos no teu antigo renault...
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