Lapónia Finlandesa – A Terra do Gelo
Dezembro 18, 2014
Já de regresso a Portugal, mas a mente parece que ainda se encontra nos lados Nórdicos da Europa. E venho assim relatar mais alguns episódios desta minha viagem pelas Terras da Finlândia.
Deixo Helsínquia pelas 22H00 e entro no comboio noturno intercidades em direção a Rovaniemi – um nome tão estranho mas que muitos conhecem como a terra do Pai Natal. Foram quase 13 horas de viagem durante a noite, mas onde entre um sono e outro, consegui vislumbrar paisagens belíssimas com florestas de pinheiros nórdicos cobertos de um manto branco de neve.
Cheguei bem cedo, ainda o sol não se tinha levantado, o que aqui não é assim tão difícil pois só existem umas meras 4 horas de luz por dia, e apanhei-me numa “chuva” de flocos de neve que me deixaram gélido e branquinho mas com um espírito leve e quase infantil. Tinha chegado verdadeiramente à Lapónia.
Naquilo que posso descrever da cidade é uma pequena vila, onde predominam os edificios dos anos 50 de aparência soviética, misturado com habitações de madeira típicas daquelas bandas. A cidade está rodeada por 2 rios que nesta altura, e devido ao congelamento das suas águas, ainda tornam a paisagem mais branca e gélida.
Parece estranho, uma vez que na maioria dos casos sentimo-nos bem é debaixo de uma palmeira a beber um cocktail, mas apreciar estas paisagens carregadas de gelo, renas majestosas e huskies selvagens trazem-me uma paz gigantesca, e um regresso à infância com sonhos e magia.
De salientar a minha grande aventura ao descer o leito do rio congelado em cima da minha mota de neve. Que aventura, que beleza, que magia, que sensação única e indescritível, depois a visita a uma fazenda de criações de Rena. Estes Lapões, têm a sua economia muito centrada ainda na Rena, quer por ajudar o turismo em excursões e passeios de trenó, quer pelas suas peles e pela sua carne comestível.
Parece estranho comer rena ao jantar, sou sincero – não gostei, talvez porque sabe imenso a cabrito/ cabra, agora para os fãs de uma boa chanfana aconselho vivamente. Aquilo que aconselho toda a gente a provar é Carne de Urso, tem um sabor muito característico e difícil de explicar, talvez o mais próximo que tenha provado são iscas... J
Mas continuando a minha aventura na fazenda das renas... Como não poderia deixar de ser fiz um belo passeio de trenó puxada pela minha amiga “Rodolfa”, decidi atribui-lhe este nome em homenagem à Rena do Pai Natal, que mais tarde me levou à Santa’s Village.
É obrigatório quem for à Lapónia tem de ir à casa do Sr. Nicolau e pedir-lhe que na madrugada de 24 para 25 de Dezembro visite as nossas casas deixando uns presentes. Mas para quem não pode lá ir pode ser enviar a tradicional carta ao Pai Natal. E vos garanto que daquilo que assisti na estação de Correios da Villa, são muitas as cartas que chegam diariamente dirigidas ao Sr. das barbas brancas, inclusive de Portugal.
E aqui nesta terra pisei, ou melhor, atravessei a linha do Circulo Polar Ártico... é algo invisível, mas que ao imaginarmos a dita linha, só pensamos, estamos a ¼ do mundo de chegar ao Polo Norte.
E talvez quem sabe numa próxima viagem se não embarco num barco quebra-gelo, mando uns mergulhos no mar gelado do Ártico e vislumbro uns ursos polares a devorarem uns leões-marinhos... Quem sabe? Sei eu... Até um dia Lapónia!