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Rotas do Mundo

Pedro around the World... My life, my dreams, my favourite things

E parece que hoje é o dia dos irmãos...

Abril 10, 2015

meandmysister.jpg

 

Se ainda hoje me perguntarem se gostava de ser filho único, a resposta certamente é SIM! No entanto, não significa que não goste da minha irmã...

A nossa história começou já há 26 anos, quando a minha mãe me disse: Sabes Pedro, a mãe vai ter um bebé. E eu chorei!... Depois os meus pais lá me convenceram que iria ser giro ter um irmãozinho com que brincar e fui sendo convencido.

Uns meses mais tardes, enquanto assistia a qualquer episódio do MCGyver, em casa da minha avó, o telefone toca, e no fim a minha avó com um sorriso rasgado diz: Sabes Pedro, vais ter uma irmã. E eu chorei!...

Até que no dia 24 de fevereiro à noite a minha mãe chega-se ao pé de mim e diz: Pedro, vais ter de ir dormir com os avós porque a mãe vai para a maternidade ter a mana. E eu pensei: mas que porcaria ainda nem sequer nasceu e já me está a estragar os planos e a minha vida santinha..., E eu respondi, está bem, mas só depois de acabar a Grande Noite na RTP. E assim foi.

No dia seguinte já existia um ser que eu não saberia como lidar. Quando chegou a casa era enfezada, feia, aliás como todos os bebés que vi mas que as pessoas teimam em dizer que são bonitos. E eu pensei: É isto, não fala, não se mexe, só chora... Qual vai ser a graça?

E não sabia o que viria a acontecer...

As nossas vidas foram tornando-se reais, o primeiro banho em conjunto onde quase que te matava – juro que estava mesmo a ver quanto tempo é que aguentavas debaixo de água – as nossas primeiras brincadeiras juntos. A minha irmã sempre fez o que eu queria, ora brincávamos aos jogos sem fronteiras, ora tentava transformá-la numa manequim, a desfilar os vestidos criados por mim feitos de sacos de plástico, ora sendo a minha marionete nas mil e umas teatrices que fazia. Por vezes fazia-lhe a vontade e lá deixava a menina vender-me umas caixas de medicamentos – há hábitos e pancadas que nunca mudaram...

Depois foi a vez de mudar, do irmão embirrante apenas, para o irmão protetor. Ensiná-la a estudar, ensina-la a fazer resumos das matérias para os testes, a exigir, a cuidar dela pela força das circunstâncias, a obrigá-la a ser tal como eu o melhor da turma. Nem sempre foi fácil, eu a querer ser um pai que não era, e ela a não querer ser uma filha que sabe que foi.

O tempo foi passando, e passámos muito... tristezas, alegrias, tudo de bom e coisas muito más. Mas isso fortaleceu-nos e tornou-nos Homem e Mulher com Maiúsculas.

Eu terminei o meu curso comecei a trabalhar diariamente, e dos primeiros dinheiros que juntei foi para realizar alguns sonhos nossos. Fomos à Disneylândia de Paris, chorámos a ver o fantasma da Ópera em Londres, fizemos tantas coisas e tão felizes, mas claro como não podia deixar de ser com algumas birras à mistura.

Depois tu terminaste esse curso infindável e difícil, sei o suor que derramaste para o ter, o esforço que tiveste de fazer, mas já está, e agora tal como em criança és a doutora da farmácia. Acho que nunca te dei os parabéns, portanto aproveito agora – Parabéns.

Quem nos conhece a ambos, diz que não é preciso passar algodão para descobrir as nossas semelhanças, físicas nem por isso... também não merecias estes quilos a mais que tenho... mas de expressões faciais, de palavras, do riso, da boa disposição, do coração, do orgulho.

Por sermos 2 parecidos, somos 1 diferente.

Obrigado por tudo o que me deste e por tudo o que quiseste receber.

O futuro ninguém sabe mas espero que seja ao teu lado.

E como nem só de irmãs verdadeiras se faz a vida, não me podia esquecer da minha mana mais velha. Prima, amiga, vizinha, irmã desde que eu saltava da cama de grades onde dormia na casa da avó Elisa e ia ter com ela à cama... Obrigavas-me a brincar com os teus póneis, e eu ficava sempre com o mais feio, tu eras a Sheera e eu o He-man.

Hoje grandes e adultos somos felizes, amigos, estamos há distância de um telefonema ou de uma viagem e agora ainda há mais coisas que nos unem... O nosso Tomás, meu afilhado, meu primo, meu sobrinho. Obrigado pela força que sempre nos deste.

Hoje o dia é dos três: Pedro, Mafalda e Ana Lúcia.

Selma - A Marcha da Liberdade

Abril 10, 2015

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Já algum tempo que queria ver este filme, mas ainda não tinha surgido a oportunidade.

Ontem foi o dia.

Selma, é um filme de Dezembro de 2014, realizado por Ava Duvernay e escrito por Paul Wehb, e protagonizado por uma constelação de estrelas negras como David Oyelowo, Carmen Ejogo, o branco Tom Wilkinson e a maior apresentadora mundial Oprah Winfrey.

A película, quase gravada em modo documentário “romanceado”, retrata um dos grandes momentos históricos da nação americana, a marcha pelo direito de votar dos negros na cidade de Selma.

Este facto fez com que os negros, que já podiam votar, não tivessem tantos entraves à sua inscrição na lista de votos, e pudessem de modo liberal e com igualdade votar naqueles que seriam os seus líderes políticos. Hoje em dia, parece anedótico, o país multicultural EUA numa situação destas, com Obama na presidência.

As coisas não eram fáceis nesses anos de 1965, as lutas e revoltas negras corriam os noticiários de todo o mundo. Quem conhecer um pouco da história americana conhecerá os grandes lideres negros como Malcom X ou Mather Luther King.

É King que protagoniza esta marcha, após ter vencido o prémio Nobel da paz, tal como o jovem John Lewis, que mais tarde foi congressista durante anos. King é o rei negro nos EUA porque conseguiu levar a bom porto todos os seus ideais, sempre com manifestações pacificas.

O filme parece-me estar bastante real, e com uma grande qualidade de reprodução histórica. A isso os meus parabéns.

Depois saliento do elenco o grande desempenho de David Oyelowo, que foi nomeado para o Óscar e ganhou o prémio de ator drama nos globos de ouro. Esta estatueta foi bastante merecida.

Um filme dramático poderoso, que inspira qualquer um, talvez por isso tenha colhido 4 globos de ouro: melhor filme, melhor ator, realizador, e melhor canção original.

Glory que além do globo de ouro conseguiu arrecadar também o Óscar é verdadeiramente estrondosa. Grande obra de John Legend e Common.

Não é o melhor filme do mundo, mas é uma grande obra dentro do género. A quem não viu aconselho a ver, a quem já viu e gostou aconselho a ver também o Mordomo de 2013 que aborda uma temática mais centralizada no negro que esteve 30 anos como mordomo na casa branca, mas que também aborda a temática deste filme.

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