Não era uma mulher por quem eu nutria grande simpatia, mas não posso deixar de lhe prestar a devida homenagem, uma mulher que teve uma vida longa (1925-2015) e repleta de atividade cultural, social, educativa e política.
Por muitos é conhecida como a mulher do Mário Soares, mas para mim ela foi tudo menos uma mulher que se manteve na sombra.
Ainda durante a sua juventude licenciou-se, defendeu os seus direitos, exerceu a sua atividade política e também como atriz no Teatro D. Maria II desempenhou grandes papeis como em "A Casa de Bernarda alba" de Lorca.
De ideais de esquerda sempre lutou pela democracia portuguesa não se exilando com o seu marido, e não se limitando a permanecer na clandestinidade como tantas outras mulheres apenas fizeram.
Dirigiu o colégio Moderno e diversas instituições e fundações, do qual teve grande reconhecimento. Foi deputada onde defendeu os seus ideais e ajudou ao desenvolvimento do país.
Há cerca de 20 anos esta mulher que vivia longe da fé, virou-se para a religião, foi a forma de se manter viva enquanto o seu filho estava prestes a falecer devido a um acidente.
Maria Barroso a mulher que queria ser advogada para defender os pobres e atriz para poder representar.