Rotas do Mundo

Poderia dizer tanta coisa, mas faltam-me as palavras para descrever estes 2 dias.

Hoje foi dia de acordar pelas 4:30 da manha, mas como a minha irmã disse, nem a minha voz parecia de cansaço.

Descemos mais uma vez até aos ghats, a cidade ainda dormia, e com o nascer do sol, vem o nascimento da cidade, da magia da velha benares, do incrivel de Varanasi.

O barco vai subindo o rio Ganges, as gentes descem as escadarias dos ghats para os rituais matinais, do banho, do lavar da roupa, do contacto com as suas crenças.

Por baixo dos velhos palácios dos marajás os lençois secam, ao fundo as primeiras oferendas a Ganga a deusa do rio, o fumo começa a subir ao mesmo tempo que se queimam os primeiros corpos.

Por trás da beira rio, a cidade começa a fervilhar, as vacas sagradas acordam, fritam-se as primeiras dosas, filtram-se as primeiras chávenas de chá. E nós ali a absorver tudo.

De tarde foi tempo de visitar templos budistas, e o sarnat onde Buda pregou pela primeira vez.

Agora, pronto para me deitar já em dehli penso... um dia vou ter de voltar a esta terra.

Depois da capital indiana, nova dehli, chegou a vez de entrar no apogeu da cultura hindu.

O destino foi Varanasi, antiga Benares, cidade sagrada onde a deusa Ganga desceu dos céus no dorso do seu crocodilo e transformou o rio Ganges na água sagrada.

Visitar esta cidade é por si só razão suficiente para vir à Índia. 

Depois do trânsito louco serpenteando tudo e todos lá conseguimos chegar aos ghats, desde o central até pisar o local da cremação. Aqui tal como Shiva destruidora, a morte transforma-se em vida, o calor aumenta pelos fogos que queimam os corpos.

Depois de entrarmos na barcaça e percorrer o Ganges durante o por do sol, assistir à celebração Ganga Arti é arrepiante.

Experiências inexplicáveis e que marcam uma pessoa para sempre. 

Acompanha tudo.

Depois de mal dormirmos, de mais uma viagem de avião chegámos à fabulosa, mística e sagrada cidade de Varanasi.

Em breve novidades deste paraíso sagrado causador de um dos maiores choques culturais que já passei.

E no nosso terceiro dia pelas terras de sultões e marajás foi dia de descobrir mais um pouco da capital deste país.

A nossa viagem hoje começa por percorrer as ruas de nova dehli e velha dehli, para mim muito da beleza passa pela rua, aqui num transito caótico de rickshaws, tuktuks, carros, autocarros, "frogonetes", vacas, cavalos com noivos, porcos, pessoas, sempre milhares de pessoas.

Aqui onde se fritam dosas ou chamuças ao lado de quem corta a barba, aqui entre floristas e vendedores de fruta, aqui entre tendas habitacionais e policias que procuram uma gorgeta para evitar uma multa.

Tudo isto existe, tudo isto deixa de ser triste, tudo isto é karma.

Depois foi hora de conhecer o mais famoso minarete; conhecer o tumulo que inspirou o taj mahal, mas aqui descansa em paz o segundo sultao da dinastia mongol; o imponente arco do trunfo que se autoproclama como Porta da India; a residência do presidente e os mercados...

Um pequeno filme ilustrando o dia de hoje.

Hoje foi o primeiro verdadeiro dia do contacto com a incrível Índia, através da descoberta de Dehli. Um passeio de tuk tuk por Nova Dehli, a entrada na cidade velha com todas as suas gentes, as cores vibrantes, as faces pintadas de um holi festival terminado, as buzinadelas, os loucos malabarismos da condução, as verdadeiras filas indianas. A gastronomia picante e saborosa, a cultura, a religião.

O imponente forte vermelho de tempos idos, a maravilhosa mesquita, o monumental tributo a Ghandi, o maior templo hindu do mundo. Podia se apenas isto, mas não é... acompanha em breve o desenrolar destes diarios...

E nada melhor para conhecer do que embrenhar-se verdadeiramente numa cultura. Nova Dehli.

Que loucura fabulosa

Hoje apenas posso dizer que a viagem correu bem. Algumas horas de voo. Para não dizer, muitas, mas acordamos já nos jardins dos marajás. Vai acompanhando. http://rotasdomundo.blogs.sapo.pt/tag/aventura1001noites