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Rotas do Mundo

Pedro around the World... My life, my dreams, my favourite things

Já ouviste falar do Plantage de Amesterdão?

Março 18, 2018

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Será provavelmente a zona esquecida de Amesterdão pela maior parte dos turistas, mas isso não significa que não tenha muitos pontos de interesse e razões para ser visitada.

 

Além do obviamente visitado Jardim zoológico esta zona é composta por bairros com elegantes mansões e jardins arborizados. A maioria das casas surgiu no século XIX, e eram detidos pela comunidade judaica que associada aos diamantes, por isso Plantage oferece além do luxo muitos memoriais judaicos.

 

O nome desta zona significa a Plantação, pois esta área até ao final do Grachtengordel em 1638 era uma área rural.

 

Ora caso exista disponibilidade de tempo aconselhamos a passar um dia por esta zona, caos o tempo seja curto pelo menos uma manhã para apreciar os pontos mais importantes existentes.

 

Comece o dia por visitar o museu marítimo Het Scheepvaartmuseum com um grande espólio náutico, almoce pela zona e depois rume para o Hermitage de forma a conhecer melhor a história holandesa e russa presente neste museu. Para acabar o dia nada melhor do que um passeio calmo e sereno, sugerimos o Artis ou o jardim botânico.

 

Pontos de interesse

Het Scheepvaartmuseum: Um museu marítimo a não perder para quem gosta da temática onde poderá encontrar a maior coleção de barcos do mundo. Foi construído em 1656 e transformado em museu no ano de 1973, quando a marinha holandesa deixou o espaço. Além dos muitos artefactos escondidos entre as 4 paredes existem diversas atividades virtuais o que transforma esta atração ideal para quem viaja com crianças.

 

Artis Royal Zoo: um local ideal para descansar da cultura humana e apostar na vida selvagem. São cerca de 900 espécies que vivem num cenário muito naturalista. Além dos espaços habituais zoológicos detém um aquário com mais de 2000 peixes e um planetário.

 

Tropenmuseum: Inserido num esplêndido edifício histórico da cidade este museu dedica a sua exposição ao mundo colonial holandês, misturando objetos invulgares com etnografia, arte popular e contemporânea.

 

Werfmuseum’t kromhout: Um museu que ocupa um dos poucos estaleiros medievais (restaurado) e que conta com uma exposição de maquinaria, motores, instrumentos associados à construção naval.

 

Verzetsmuseum: Uma exposição permanente que alberga uma coleção de documentos que provam o heroísmo da resistência holandesa à ocupação germânica nazi.

 

Hortus Botanicus: o jardim botânico de Amesterdão com mais de 4000 espécies de flores e árvores, muitas delas recolhidas aquando as expedições no século XVII. Desde uma palmeira com 300 anos, várias plantas exóticas e 3 estufas climatizadas.

 

De Burcht: Um edifício histórico que além de uma fachada magistral, talvez por isso lhe chamem do museu castelo, oferece interiores riquíssimos de onde se destaca os azulejos e murais pintados.

 

Hollandsche Schouwburg: Durante a ocupação nazi este teatro serviu para a concentração de milhares de judeus que posteriormente partiam para campos de concentração ou para outros países. Atualmente o seu interior é um jardim memorial de todas as vitimas.

 

Koninklijk Theater Carré: uma sala de espetáculos impressionante, este teatro remonta a 1887, data da sua construção, para albergar o circo carré. Um magnifico trabalho de arquitetura e decoração circense nas suas fachadas.

 

Hermitage: ocupando um antigo lar de idosos este museu dedica a sua colecção à história holandesa e russa

 

Por tudo isto é certo que vais querer visitar o Plantage.

 

Para mais informações dobre esta viagem consulta aqui.

 

 

Contratiempo

Março 17, 2018

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Adrian Doria é um homem de sucesso que detém um emprego de sonho, um casamento feliz, um bebé perfeito e uma amante que concorda com toda esta vida.

 

Num contratempo, Adrian desperta num quarto de hotel e encontra sua amante morta coberta de dinheiro.

 

Ele é o principal e único suspeito por isso recorre à melhor advogada de defesa, Virginia Goodman, para tentar descobrir o que realmente aconteceu na noite anterior.

 

Toda esta sinopse é reduzida para não permitir entender o desenrolar do filme, no entanto este é um thriller psicológico extremamente bem idealizado, escrito e realizado.

 

Oriol Paulo, demonstra na sua realização que o cinema espanhol está forte e modernizado.

 

De destacar as excelentes interpretações de Mario Casas (adrian), José Coronado (Tomás garrido), Ana Wagener (Virgínia) e Bárbara Lennie (Laura Vidal).

 

Uma excelente sugestão para ver numa destas próximas noites de Inverno.

 

 

Erêndira! Sim, avó...

Março 16, 2018

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A noite de ontem foi uma viagem até ao mundo de Gabriel Garcia Marquez, aquela Colômbia esquecida pela maior parte dos países desenvolvidos, pela Europa que fervilha mas que se esquece do quente do deserto e dos trópicos da América Latina.

 

Aquela América em que morre muita gente, aquela América que independentemente dos regimes políticos existentes continua a imanar um cheiro de terra chorada. Pois é apenas esse cheiro a quente que falta ao entrarmos na sala do Teatro A Barraca, o resto está lá tudo.

 

Aqueles bigodes retorcidos em tez queimadas pelo sol, aquela música latina que se liberta da rádio ou dos músicos, aquelas vozes quentes que nos fazem viajar, este é o ambiente certo para subir a palco o texto de Rita Lello inspirado no conto A incrível e triste história da cândida Erêndira e a sua a avó desalmada, de Gabriel Garcia Marquez.

 

“Estava Erêndira a dar banho à Avó quando começou o vento da sua desgraça”, é assim que começa a história: uma avó, a Avó interpretada pela brilhante Maria do Céu Guerra, e uma neta bastarda com os seus 14 anos, Erêndira interpretada por Sara Rio Frio. A primeira anafada, desalmada, sonhando com os falecidos heróis da sua vida e ambicionando o mar, a segunda isolada, criança, simples, dedicada, apenas uma virgem que nasceu “ao contrário, com os órgãos de fora, na alma do deserto. Não vive por dentro, está cheia de espaço. Só a liberdade a poderá virar do avesso”.

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Pois a realidade aqui retratada é a da exploração de menores na Colômbia, Erêndira apenas irá dizer sim a cada chamamento, ordem ou desabafo da sua avó. A exploração só muda de “tom” quando a jovem incendeia a casa onde vivem devido ao excesso de cansaço e ao vento que traria a mudança.

 

Aquela mulher desalmada iria obrigar a sua neta a pagar cada peso para pagar a reconstrução da sua casa, que aqui será melhor retratada como a reconstrução do seu sonho. A exploração passa a ser sexual, vendendo a virgindade da sua neta por poucas centenas de pesos. A fonte de receita não esgotará enquanto Erêndira estiver viva. De 70 em 70 pesos, a jovem vai-se cansando e morrendo por dentro, a avó vai rejuvenescendo e sonhando com a sua ilha de Aruba.

 

Peso a peso... “Se as coisas continuarem assim pagas-me a dívida dentro de oito anos, sete meses e onze dias...”

 

Aquela nudez que nos toca, aquela gargalhada da velha que nos fere, aquele constante reboliço de entre e sai de homens na tenda da jovem, aquele anjo sem asas que nos faz a nós público querer cravar uma espada mágica nas banhas asquerosas da avó.

 

Mas só a nós parece importar.

 

À volta daquela exploração sexual instala-se um circo: tocadores de musicas para acompanhar a espera dos homens, fotógrafos, artistas de circo, aberrações de saltimbancos, índios escravizados e sonhos. Sonhos de amor, sonhos de liberdade.

 

Rita Lello refere que não podemos “olhar para esta narrativa senão como uma metáfora”, pois esta metáfora, tal como as obras de Marquez, é uma metáfora excelentemente criada para criticar os problemas sociais e políticos desta sociedade latina.

 

Os ventos que sopram a vida de ambas as personagens são o destino. E este destino está bem regado de maldade e candura, onde “o bem vence o mal ou porque aprende com ele”.

 

Um texto brilhante, uma encenação (também de Rita Lello) que faz arrepiar com a originalidade e ousadia, a mistura das diversas artes de imagem e depois a interpretação gritante de todo o elenco mas de salientar o trabalho de João Maria Pinto, Adérito Lopes, Ruben Garcia e a jovem Sara Rio Frio.

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Erêndira! Sim, avó... é tudo isto e depois é ainda mais Maria do Céu Guerra numa interpretação avassaladora.

 

Rita Lello diz que “O texto de García Marquez é um texto de imagens, um texto para ser imaginado, não para ser dito mas para ser lido. Para ser visto com a imaginação”. Aqui ela ajudou-nos a imaginar.

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No final, aplaudimos-vos de pé e esperando que o público perceba o bom teatro que se faz no teatro A Barraca. Não será o mais comercial, não será apropriado a todos os pequenos cérebros que percorrem as ruas mas é o teatro que vocês fazem, tal e qual como são ou que querem ser.

 

“Romper os circuitos fechados, dar a volta ao mundo com a nossa língua, com os nossos panos, com as nossas histórias” contamos convosco.

 

Elenco Técnico e Artístico:

Direcção e Adaptação: Rita Lello

Assistente Encenação: Rita Soares

Espaço Cénico: Rita Lello

Carpintaria: Mário Dias

Figurinos: Maria do Céu Guerra

Adereços: Marta Fernandes da Silva

Assistente Guarda-Roupa: Sérgio Moras

Costureira: Zélia Santos

Selecção Musical: Rita Lello

Música original e arranjos: João Maria Pinto

Desenho de Luz, Video e Edição: Paulo Vargues

Sonorização: Ricardo Santos

Assistência à Montagem: Fernando Belo

Animações: Paulo Vargues

Relações Públicas e Produção: Inês Costa, Paula Coelho, Sónia Barradas

Fotografia: Ricardo Rodrigues

Elenco: Maria do Céu Guerra, João Maria Pinto, Sara Rio Frio, Adérito Lopes, João Teixeira, Rita Soares, Ruben Garcia, Samuel Moura, Sérgio Moras, Alexandre Castro, David Medeiros

créditos de fotografias: A barraca

Um dia pelo Bairro dos Museus de Amesterdão

Março 15, 2018

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Até ao final do século XIX, o Bairro dos Museus encontrava-se fora do limite da cidade, era apenas uma pequena região de herdades e jardins. Após esta data o município declarou toda esta zona como uma área cultural e de arte, devolvendo este pedaço de terra ao povo.

 

Surgiram então grandes museus, uma sala de concertos mundialmente famosa e o maior parque público da cidade além de ruas comerciais.

 

Assim Este local passou a ser obrigatório para todos aqueles que visitam Amesterdão e que amam cultura ou simplesmente relaxar no jardim.

 

Se queres passar um dos teus dias de viagem por aqui deixamos a nossa sugestão: De manhã comece o seu itinerário por um dos principais museus Rijksmuseum ou Van Gong. Salientamos que devido à dimensão do primeiro irá demorar todo o dia, assim selecione o tipo de obra de arte que mais gosta e comece a exploração por aí, eu recomendo começar na pintura do século XVII.

 

Após a visita atravesse a emblemática Museumplein e almoce numa das bancas de rua, preços acessíveis e entra verdadeiramente no espírito da cidade. Claro está que não pode faltar p momento selfie, tente e aproveite a instalação das letras I am Amesterdam em frente ao ringue de patinagem.

 

De tarde aproveite o sossego e calma do Vondelpark para fazer a digestão, e dependendo da época do ano delicie-se com as cores das flores. Sobrando-lhe ainda umas horas poderá entrar num outro museu disponível como o museu de arte moderna Stedelijk, visite o centro equestre, o centro de lapidação de diamantes ou simplesmente gastos um euros na P.C. Hoofstraat, a rua de lojas mais “in” da cidade.

 

De noite apanhe boleia de um dos muitos barcos bem ali perto e percorra a cidade pelos seus canais.

 

Pontos de interesse

Rijksmuseum: Inaugurado em 1808 pelo rei Luís Napoleão, tendo como inspiração o Louvre, detém uma coleção de arte extensa que foi aumentando ao longo dos anos e que detém atualmente 7 milhões de obras de arte. O edifício que foi construído em 1885 e que alberga o museu atualmente está dividido por 4 andares. Destacamos como principais obras de arte icónicas A ronda da Noite e A noiva judia de Rembrandt, a Leiteira de Vermeer, A Menina vestida de azul de Verspronck.

 

Van Gogh Museum: Instalado no edifício do arquiteto De Stijl, só por si uma obra de arte, alberga uma grandiosa coleção de Van Gogh. As obras mais icónicas do artista estão presentes como o auto retrato a pintar, os comedores de batatas, os girassóis e o Quarto de Arles.

 

Stedelijk Museum: O museu conta com uma coleção impressionante dedicada à arte moderna, desde o século XIX até à atualidade.

 

Concertgebouw: Uma das mais famosas salas de concertos mundiais, construída em 1888 por Van Gendt num estilo neorrenascentista holandês

 

Vondelpark: Fundado em 1864 por cidadãos filantropos, batizaram-no com o nome de um poeta do século XVII Josh Van den vondel. Tornou-se a Meca dos hippies dos anos 60 e 70. Continua hoje em dia a ser um espaço animado com desporto, artistas de rua e os grandes concertos de verão gratuitos que enchem o parque. Aprecie a calma e a beleza da fauna e flora existentes.

 

Coster Diamonds: Desde o século XVI que Amesterdão é um centro importante na lapidação e corte de diamantes quando os judeus portugueses e espanhóis se refugiaram aqui da inquisição. A Coster é uma das poucas oficinas que oferece visitas guiadas para observar classificadores e lapidadores de diamantes. Foi neste local que foi lapidado o grande diamante da coroa inglesa.

 

Museumplein: é a maior praça de Amesterdão e foi projetada em 1972. A sua história é engraçada pois nos anos 50 destruíram a praça para construir uma estrada a que os holandeses chamaram da autoestrada mais pequena da Europa. Entre 1990 e 96 foi projetada e devolvida aos moradores. Não é um exemplo de beleza, mas foi ajardinada e permitiu novas áreas de lazer. De destacar o monumento Inferno de Fogo em homenagem aos ciganos perseguidos pelos nazis e Ravensbrück memorial em memória as mulheres vítimas do holocausto.

 

De Hollandsche Manege: Uma magnifica escola de equitação com as suas áreas construídas num estilo neoclássico que se encontra escondida por detrás de uma fachada fenomenal. Poderá beber um café enquanto ascite a aulas de equitação.

 

P.C Hoofstraat: É a rua comercial mais “in” de Amesterdão, está para a cidade como a nossa Av. Da Liberdade está para Lisboa.

 

Segue todas as dicas para conheceres amesterdão.

 

Os sabores de Amesterdão

Março 14, 2018

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O clima frio e a proximidade do mar aliado ao espírito de aventura dos holandeses transformaram este povo em excelentes agricultores, pescadores exímios e pessoas que amam pratos quentes e reconfortantes. Tudo isto influencia a cozinha holandesa.

 

A gastronomia típica do país não é em nada parecida com os seus vizinhos franceses apesar de terem um molho com o seu nome (molho holandês), a verdadeira essência desta culinária são o sabor dos produtos que a terra e o mar lhes dão.

 

Assim, a batata, o queijo e o peixe tornam-se reis e senhores da maioria dos pratos típicos. Tentaremos apresentar os pratos de maior destaque e onde os poderá provar.

 

Maatjes Haring: Arenque cru com cebola e pepino picados. É simples, agarra-se pela cauda este peixe abundante e mete-se todo na boca (tipo jaquinzinhos), ou poderá dispô-lo sobre uma fatia de pão (tipo sardinha). O melhor local para provará esta iguaria tão apreciada pelos holandeses é na rua, ou seja, nas muitas barracas que povoam as ruas da cidade.

 

Gerookte Paling: Enguia fumada que chega a Amesterdão de Ijselmeer é servida com torradas e regada com sumo de limão.

 

Patat: são simplesmente batatas fritas (os holandeses adoram estas batatas tal como os belgas) que são servidas num cartucho de papel e que podem ser regadas com qualquer molho, eles preferem a maionese. Há muitas bancas de rua e pequenos restaurantes que as servem, e é raro não ver estes cartuchos nas mãos dos holandeses ou turistas por todas as ruas da cidade. Segundo dizem, as melhores batatas são no Restaurante Vlemickx.

 

Bitterballen: bolinhas de carne é a melhor tradução mas será difícil explicar o que é pois é uma mistura entre almôndega e croquete. São muitas as bancas de rua que as vendem e são servidas com a excelente mostarda holandesa.

 

Erwtensoep: é uma sopa de ervilhas muito espessa que não é do agrado da maioria das pessoas, parece cola para papel parede. O Restaurante Nieuwezids Voorburgwal é especialista neste petisco.

 

Hutspot: a tradução literal deste prato é miscelânea e é isso mesmo que este prato é, um pote de guisado com batatas, carne e cenoura esmagada. Há ianda uma outra versão que é com puré de batata, couve, bacon e salsinhas fumadas a que chamam de Stamppot boerenkool.

 

Kas: Queijo é sem dúvida uma das iguarias holandesas que consegue ser do apreço dos nativos, dos turistas e de todo o mundo que importa em grande escala os maravilhosos queijos holandeses como o Gouda ou o Edam. Existem muitas curas dos queijos e já muitas receitas que misturam o tradicional queijo com ervas aromáticas, trufas, alho e afins. As opções são muitas tantas como as milhares de lojas que as vendem, mas opta por uma de qualidade e se conseguires ir a uma fábrica fora de Amesterdão aproveita, são muito melhores.

 

Para acompanhar com todas estas iguarias os holandeses preferem sempre cerveja. Existem muitos tipos de cerveja mas a Grolsch e a Heineken são as eleitas.

 

As sobremesas também são deliciosas mas sobre isso falaremos num outro post, acompanha tudo em Amesterdamtrip.

O Deus da Carnificina

Março 12, 2018

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Em cena no teatro da Trindade desde de dia 1 de Março, O Deus da Carnificina é uma comédia negra de Yamina Reza, autora francesa de ascendência iraniana.

 

Dizer que esta peça é uma comédia negra talvez seja vulgarizar um pouco a sua essência, direi antes que se encontra no registo de uma tragicomédia que assenta na análise do lado negro de todas as pessoas, aquele lado infernal que todos tentamos esconder por detrás de uma máscara qualquer.

 

Ao longo da peça são estas máscaras que vão caindo e que vão revelando a essência verdadeira de cada personagem, mas acima de tudo que nos revela a todos nós a nossa verdadeira essência.

 

Ali deixam de existir filtros, deixa de haver bom senso, os personagens tornam-se genuínos.

 

Diogo Infante encenador e ator da peça disse à agência Lusa que "Gostava que as pessoas levassem um pequeno murro no estômago”, e penso que no meio das gargalhas dissimuladas, nervosas ou espontâneas todo o público vai levando lentamente ao longo dos 80 minutos de duração pequenas pancadas com um pau que nos vai desfigurando a essência.

 

A história da peça é simples mas eficaz: dois jovens de 11 anos que se magoam na escola. Um agride verbalmente, o outro desfaz-lhe literalmente a boca. Assim surgem dois casais, pais dos respetivos jovens, supostamente são completamente diferentes e com a sua personalidade bastante vincada, que lutam em defesa do seu rebento. São os pais transformados em predadores para defender a sua cria.

 

Com tradução, versão e encenação de Diogo Infante, O Deus da Carnificina tem cenografia e adereços de Catarina Amaro, desenho de luz de Tânia Neto e sonoplastia de Rui Rebelo.

 

A desempenhar brilhantemente as 4 personagens estão Diogo Infante, Jorge Mourato, Rita Salema e Patricia Tavares. A interpretação de todos é brilhante mas tenho de reconhecer a Patricia que segue nesta peça de forma magistral.

Breve história de Amesterdão e da Holanda

Março 11, 2018

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O nome da capital dos países baixos está diretamente ligado ao rio Amstel, o seu nome “Aemstelredamme” significa dique do rio Amstel, e surgiu obviamente devido à criação do dique deste mesmo rio que permitiu a criação da cidade. Desde sempre que o rio, os canais e a água estão diretamente ligados a Amesterdão.

 

Em 1125, surgem os primeiros pescadores que se instalaram na foz do rio Amstel e construíram cabanas e aterros para proteção das cheias. O rápido crescimento da população e da importância dos lordes da cidade fizeram com que se iniciasse uma séria de conflitos feudais entre estes e os condes da Holanda.

 

1275, é uma data que celebra o fim das portagens. O Conde Floris V da Holanda, que entretanto governara o território, concedeu aos seus súbditos isenção de portagens no transporte de mercadorias pelo rio através de Haia. Esta ação permite um maior desenvolvimento e procura comercial pela cidade e consequente o aumento da sua importância.

 

O Milagre de Amesterdão em 1345, trouxe à cidade peregrinos e a importância da igreja. Reza a história que numa casa em Kalvestraat um padre deu os últimos sacramentos a um moribundo, este não conseguiu ingerir a hóstia e por isso lançaram-na ao fogo. No dia seguinte encontraram-na intacta. O corpo de Cristo que supostamente não derretera no fogo deu importância religiosa à cidade.

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1519 é o ano em que Carlos V, imperador do Sacro Império Romano-Germânico e primeiro de Espanha, herda de sua avó a casa de Habsburgo, casa esta que nos tempos medievais dominava os condados da Holanda. Amesterdão devido à sua ligação ao mar e ao rio torna-se num importante porto para este rei, e com a chegada dos países do Novo mundo espanhol, esta cidade torna-se o segundo porto comercial mais importante da Europa, só ficando atrás de Lisboa.

 

1566 é o ano que marca a mudança e a revolução, cansados do rei católico espanhol e do aumento do protestantismo dá-se uma série de rebeliões em todos os países baixos que destroem igrejas. No entanto, Amesterdão já primando pela liberdade e tolerância manteve-se um pouco à parte desta revolução. Apenas em 1578 se verifica a instalação do protestantismo como religião na cidade numa manifestação pacífica a que chamam de Alteração chefiada por Guilherme de Orange, desde essa data que a cidade torna-se numa capital protestante de uma república holandesa proibindo o culto católico em público mas tolerando o culto em privado.

 

1609 é o ano que marca o inicio da Era de Ouro de Amesterdão, uma era onde a riqueza chegou em força à cidade e com ela os vários movimentos arquitetónicos e artísticos que transformaram a cidade num berço de arte. Criam-se novos canais e casas luxuosas nas suas margens – Grachtengordel – considerado hoje em dia pela Unesco como Património Mundial. Erguem-se nomes como Rembrandt e Hendrick.

 

1634 é o ano que marca a entrada da cotação da tulipa na bolsa de Amesterdão. Começa a época da “tulipomania” com a importação dos bolbos da Ásia desde os finais do século XVI, a flor torna-se numa fonte de negócio e riqueza por toda a Holanda.

 

Durante todos os anos de presença protestante Amesterdão era a capital de uma república de 7 províncias unidas dos países baixos. Esta situação perdurou até 1806 quando Napoleão Bonaparte conquista o país e o torna num reino – o reino dos países baixos – e instalou o seu irmão Luis Napoleão como seu rei.

 

Esta situação durou apenas 5 anos devido à má governação de Luís e em 1810 o reino dos Países Baixo passa a integrar o grande império francês de Napoleão.

 

Com a Guerra de Waterloo em 1815, assiste-se à divisão do império napoleónico pelos anteriores sucessores, criando assim o Reino dos Países Baixos (que até 1830 contava com a Bélgica e o Luxemburgo) e devolvendo o reino à coroa holandesa aos príncipes de Orange e surgindo o rei Guilherme I – casa real que hoje em dia ainda governa a cidade e o país.

 

Desde essa data até 1940, uma secessão de reis e rainhas governaram o país sempre permitindo a máxima tolerância e liberdade, tendo como principal ponto de interesse o desenvolvimento da industria, do comércio e a reocupação holandesa na sua colónia asiática – Indonésia.

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Em 1940, os nazis invadem o país e obviamente Amesterdão não foi exceção, no entanto é de ressalvar que apesar de restritiva, a vida em Amesterdão não sofreu como a maior parte das cidades holandês que foram completamente destruídas. Os judeus que ocupavam a cidade tiveram de fugir ou se esconder (falaremos mais sobre o assunto quando falarmos de Anne Frank). A comunidade judaica tinha um grande peso na população e estava integrada desde que sairão de Portugal e Espanha no tempo da aquisição. Como curiosidade a sinagoga principal da cidade é a sinagoga Portuguesa.

 

Com o final da 2ª Guerra Mundial, a casa real que fugira para Inglaterra regressa mas em 1948 a rainha Guilhermina sente necessidade de abdicar a coroa em prol da sua filha Juliana devido ao fim das colónias holandesas.

 

Desde essa data até à atualidade a Holanda volta a ganhar importância comercial com a adesão à CEE, à Nato, aos Benelux, à união Europeia, ao Euro. Sempre presente a sua tolerância religiosa, a coroa é laica sem qualquer religião associada. Os edifícios anteriormente religiosos da coroa passam a albergar museus e centros humanitários.

 

São dos primeiros países a pronunciar-se a favor da despenalização das drogas leves, do casamento homossexual da despenalização do aborto, do combate à corrupção e ao crime.

 

Hoje em dia, o Reino da Holanda é liderado pelo rei Guilherme Alexandre.

 

Por tudo isto, Amesterdão é uma das cidades com menor crime no mundo, mais segura, mais rica, com melhor qualidade de vida e felicidade.

Roteiro de Amesterdão

Março 10, 2018

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Amesterdão é a capital da Holanda ou países Baixos, ambos os nomes podem ser considerados para denominar este país europeu, detém cerca de 1.6 milhões de habitantes em pouco espaço.

 

A cidade torna-se assim cara para viver e conhecer devido à sua muita procura hoteleira e pouca oferta face à procura, mas existem preços para todos os bolos e espíritos viajantes.

 

Amesterdam, é então a cidade conhecida pelo Bairro Vermelho, pelo cheiro a marijuana que sai das Coffe Shops, pelos seus canais, pelas suas casas magnificas, pelo museu Van Gogh, pela casa da Anne Frank, pelas suas bicicletas, pela Cerveja Heineken e pelo mercado das flores, mas acima de tudo por ser a cidade da liberdade e da tolerância.

 

Aqui é se livre, aqui todos se respeitam, aqui a criminalidade é baixa, aqui há felicidade e acima de tudo, tolerância pelos outros tenham a raça, a crença ou a orientação sexual que tiverem.

 

Poderia colocar tudo num único post mas acho mais interessante dividir as temáticas por vários, para que se conheça verdadeiramente Amesterdão.

 

Assim dividi a cidade por 7 zonas de forma a que explores a cidade mais próxima da realidade, para que conheças os pontos mais importantes, as atrações turísticas e alguns segredos. Serão elas O Anel do Canais Ocidental, o Anel de Canais Central, o anel dos canais, o bairro dos museus, o Plantage, a Nova Baixa e o Bairro Velho.

 

Tentarei dar algumas sugestões de festas, lojas, bares, restaurantes e hotéis para te puderes orientar e fazer algumas contas à viagem, bem como algumas informações adicionais sobre alguns locais, história, tradições e gastronomia.

 

Agora é só acompanhares tudo e viajar connosco para conhecer Amesterdão.

Uma Viagem ao Bairro Vermelho de Amesterdão

Março 09, 2018

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Um mundo vermelho de prostitutas nas suas montras, clientes com tesão que procuram divertimento e amor, crianças que por ali percorrem as ruas para irem à escola, igrejas que outrora albergavam a religião cristã no centro da vida boémia.

 

Tudo isto pode parecer estranho mas não é. Este é o bairro Vermelho de Amesterdão.

 

Amesterdão desde os primórdios da cidade que é uma terra virada para o mar com pescadores e marinheiros. Era o centro da vida comercial marítima, os seus portos recebiam diariamente milhares de homens desejosos de comida, bebida e companhia.

 

Ora esta é a principal razão para ter surgido o Bairro Vermelho nesta cidade, atrás de oportunidade de negócio começam a instalar-se tabernas para alimentar os muitos marinheiros, tascos para lhes dar de beber e mulheres para aquecerem os homens nas frias noites de inverno.

 

Naquela cidade as jornas rapidamente se esfumaçavam, e por ordem de prioridade as meninas que se sentavam nos joelhos dos marinheiros dentro das tabernas faziam os mesmos não gastar tanto dinheiro em bebida.

 

Ao fim de pouco tem essas mesmas meninas foram expulsas de dentro das tabernas e postas na rua. A prostituição de rua comum a todas as grandes metrópoles do século XV era enorme mas em Amesterdão o frio também e a perseguição policial.

 

Rapidamente essas mulheres começaram a hospedar-se nos prédios da zona e ali começaram a atender os clientes. Os homens já sabiam sempre que viam ramos de flores nas janelas, lá dentro encontrariam rameiras.

 

O bairro foi desenvolvendo-se e atrás dos pecadores chega a igreja, mas inicialmente sem sucesso, pois os homens vinham à procura de pecado, e as prostitutas precisavam de pecar para viver.

 

Mas como em Amesterdão tudo pode ser um negócio, rapidamente a igreja fez uma parceria com as meninas, elas teriam de pecar os corpos dos homens para posteriormente eles irem pedir absolvição à igreja e esta salvar as almas dos mesmos.

 

Assim rapidamente tudo começou a funcionar até a igreja. Agora um homem mal aportava em Amesterdão dirigia-se à igreja, pagava o seu perdão, depois comia, bebia e pecava.

 

As rameiras deixaram de pôr os seus ramos às janelas para passarem a pôr os seus corpos.

 

Hoje é um dos pontos turísticos da cidade mas muito há que descobrir por entre estas ruas e canais. Aqui mulheres trabalhadoras independentes fazem um serviço legal e pagam impostos sobre o mesmo.

 

Com segurança e higiene qb, os homens conseguem aquilo que querem, como diria uma criança que mora na zona: Aquelas mulheres tratam de homens tristes para ficarem contentes.

 

E como é habitual na comunidade holandesa e em especial em Amesterdão, tudo é tolerante, tudo merece respeito, a minha liberdade é enorme e só acaba quando choca com a tua liberdade, por isso para ires ao Bairro Vermelho livremente não magoes a liberdade de quem lá anda, nem as prostitutas, nem os clientes, nem os residentes.

 

Aquelas montras vermelhas (ou azuis: em caso de transgenero ou travesti) estão ali à espera de quem as visitar. Eu aconselho todos a ir, especialmente a conhecer o que as motiva, a tentar descobrir mentiras que contam sobre o bairro vermelho, a tentar perceber.

 

Eu acho que percebi e por isso gostei tanto do bairro vermelho.

 

Acompanha todas as experiências por Amesterdão

Pakto uma viagem de sabores

Março 08, 2018

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Neste fim de semana fui convidado a visitar um restaurante de sushi em Paço de Arcos, como é algo que aprecio lá fui eu debaixo de uma chuva infernal.

 

Ao chegar ao espaço deparei-me com um micro pequeno restaurante, que apesar de muito pequeno é bastante acolhedor e tem uma decoração muito satisfatória.

 

A ementa é variada e surpreendeu, pois estava apenas à espera de um restaurante de sushi e deparo-me com um restaurante de fusão que faz um mix inteligente entre comida japonesa, peruana e do Hawai.

 

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Dentro deste restaurante podemos viajar por estas três culturas e pela história destas 3 nações que se misturam ao longo dos últimos séculos. Talvez por isso a mixagem na gastronomia funcione também.

 

O ingrediente comum é o peixe, peixe supre fresco e de boa qualidade, os pratos esses são vários mas claro que o sushi, o ceviche, o tártaro e as poké Bowls são as estrelas.

 

Assim fica apenas uma dúvida que será o que escolher para a degustação pois a ementa é variada e rica, tendo desde gyosas, tempuras, sunomono, ceviche vários, sashimi, sushi vários clássicos e de fusão, poké bowls. Assim sugiro que apostem num dos menus de degustação à escolha. Existem 3 opções com preços que variam entre os 15 e os 25 euros.

 

A nossa viagem iniciou com uma sopa Miso que estava cinco estrelas, seguiu-se um carpaccio de atum, Harumakis, poké bowl, variadas peças de sashimi e sushi, Gunkans naturais e braseados.

 

Comum a todos estes pratos duas coisas uma excelente execução e peixe fresquíssimo.

 

Quanto à equipa fomos recebidos de forma calorosa e que nos transmitiu um ambiente familiar, quer pela proprietária quer pelos seus colaboradores. A única melhoria aqui se possível seria uma maior interação dos sushi man, o espaço e a montagem da sala permitem uma aproximação maior aos clientes o que tornaria a experiência ainda melhor.

 

Resumindo, comida 5 estrelas, colaboradores 5 estrelas, peixe 5 estrelas, uma viagem de degustação Maravilhosa.

 

Créditos das fotos Pakto

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