Reportagem SIC: Viagem ao Japão - a análise
Julho 31, 2015
Estava bastante curioso de ver a Grande Reportagem Sic, que foi ontem emitida no Jornal da Noite, com o título de Viagem ao Japão.
A reportagem de Ana Peneda Moreira e imagem de Odacir Junior, assentou numa viagem ao Japão e na análise deste país do sol nascente de diversas perspetivas. Tentaram mostrar algo que nunca ninguém ainda tinha mostrado, e tentaram mostrar as divergências e dessincronias que existe naquele país.
Desde a abordagem à vida de uma jovem gueixa de 16 anos, que ainda hoje pinta a sua face de branco, os seus lábios de vermelho, veste os seus quimonos e dança para homens mais velhos, até ao isolamento das povoações do leste do Japão que viram as suas vidas devastadas pelo Tsunami de 2009.
Ainda visitaram o maior mercado de peixe do mundo em Tóquio, onde ainda no ano passado um atum azul foi vendido por 30 mil euros, os balneários públicos que se enchem de homens para o seu banho matinal, as escolas públicas onde não existem funcionários de limpeza e de cantina e esse trabalho é feito pelos próprios alunos.
Depois deram a conhecer a maior obra de engenharia do mundo para escoamento de águas e evitar inundações nas grandes cidades, um exemplo que Lisboa poderia adotar, e a cidade de Fukushima que se mantém fechada tal como uma cidade fantasma devido à radioatividade que permanece no solo após o rebentamento da central nuclear.
Apresentaram-nos dois portugueses que por lá andaram e que lá se estabeleceram, Marta Morais – que hoje vive casada com um monge budista, e José Botelho que tem um restaurante em Osaka de comida portuguesa de seu nome Lisboa.
Uma visão diferente e com grandes temas, no entanto a reportagem quebra pela sua duração. São 35 minutos para abordar muitos temas, o que origina uma abordagem muito superficial e depois uma montagem e edição muito má, a roçar a falta de gosto, de tempo, de vontade.
Se Odacir Júnior captou boas imagens e ainda tem “guardadas” muitas para mostrar, o que eu aconselharia aos diretores de informação da SIC era de dividir em 2 ou 3 reportagens. E se acham que não é para transmitir em horário nobre na tv generalista têm sempre uma tv de noticias para as emitir. O público agradecia uma abordagem mais profissional a um tema que facilmente agrada a maioria dos mortais. Além disso é melhor começar a investir naquilo em que a SIC era realmente boa – reportagens.
Valeu o esforço, mas não valeu na totalidade o resultado final.