Auto-de-fé é a minha próxima leitura
Novembro 10, 2015
O único drama do Nobel da literatura Elias Canetti é a minha próxima leitura, um livro proibido pelo regime nazi advinha-se fabuloso.
Auto de fé narra a história do professor Peter Kien, erudito especializado em sinologia, proprietário da maior biblioteca privada da cidade. É no seu apartamento, rodeado de livros, que Kien se refugia, evitando todo e qualquer contacto físico e social. Misantropo, solitário, excêntrico, Kien é um ser “composto de livros”, interpretando o mundo através da sua vasta biblioteca, que transporta zelosamente consigo, armazenada no interior da sua cabeça.
O ponto de viragem da sua vida é o casamento com Teresa, a sua ignorante e ávida governanta. Expulso da sua própria casa, Kien vê-se obrigado a percorrer o mundo exterior, travando conhecimento com inúmeras das suas personagens, que o acompanharão neste seu longo exílio. Figuras sombrias, medíocres, grotescas e memoráveis como o anão Fischerte a prostituta, ou o porteiro Plaff. Pela mão destes, Kien descerá pouco a pouco ao inferno, apressando o passo para um final sublime e trágico: um verdadeiro auto-de-fé.