Não quero desTAPar os olhos
Maio 15, 2015
A TAP – companhia aérea de bandeira portuguesa, nunca foi tão falada em todos os media do mundo. E a situação é complicada.
Após prejuízos avultados, e de acordo com instruções da Troika, o governo de Passos coelho pensou que a única oportunidade de sobrevivência desta empresa seria a sua privatização.
A TAP é uma gigantesca empresa com milhares de funcionários, com ordenados milionários e onde estão assentes sindicatos poderosíssimos e riquíssimos.
Lutam principalmente os pilotos contra a privatização, ou melhor, lutam pela garantia de permanência no novo capital social da empresa. Daí efetuam 10 dias de greve com adesões baixas para a temática. Os sindicatos dizem que foi uma vitória, o governo e a administração da TAP dizem que foi uma vitória, os pilotos dizem que foi uma vitória, parece que quem saiu mesmo derrotado de tudo isto foram os restantes funcionários da transportadora aérea e obviamente os seus clientes.
Com uma frota velhíssima, com muitos aviões prontos para o abate, com uma empresa de manutenção brasileira que a cada dia que passa afunda mais a liquidez da empresa, que conta com um passivo de liquido de 500 milhões de euros, o futuro parece difícil.
Mas enquanto há esperança tudo pode acontecer.
O governo avança mesmo para a privatização mesmo contra as vozes que surgem, incluindo os da oposição de esquerda.
Entretanto, 7 empresas mundiais solicitaram informações sobre a mesma para saberem se avançarão para a compra. Ao que parece neste momento apenas existem 5 interessados e que terão de apresentar a proposta definitiva hoje até às 17H00.
Entre eles estão 2 fundos americanos, a Azul – uma companhia aérea brasileira, o grupo brasileiro Bozano e Gávea Investimentos.
Na minha modesta opinião, concordo com a privatização desta empresa, no entanto acho que o processo de privatização foi pouco estudado, só destrui valor para a TAP, ou se virmos por outro lado, só minimizou encargos para os potenciais compradores (favores de V. Exa.)
Aquilo que espero é apenas que esta privatização não volte a pesar nos bolsos dos contribuintes, que contribua para o avanço da economia portuguesa e que acima de tudo mantenha a TAP no top das companhias aéreas europeias.
Não quero destapar os olhos com receio do que poderá acontecer.