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Rotas do Mundo

Pedro around the World... My life, my dreams, my favourite things

Diário Viagem Índia - Day 5

Março 17, 2017

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Poderia dizer tanta coisa, mas faltam-me as palavras para descrever estes 2 dias.

Hoje foi dia de acordar pelas 4:30 da manha, mas como a minha irmã disse, nem a minha voz parecia de cansaço.

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Descemos mais uma vez até aos ghats, a cidade ainda dormia, e com o nascer do sol, vem o nascimento da cidade, da magia da velha benares, do incrivel de Varanasi.

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O barco vai subindo o rio Ganges, as gentes descem as escadarias dos ghats para os rituais matinais, do banho, do lavar da roupa, do contacto com as suas crenças.

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Por baixo dos velhos palácios dos marajás os lençois secam, ao fundo as primeiras oferendas a Ganga a deusa do rio, o fumo começa a subir ao mesmo tempo que se queimam os primeiros corpos.

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Por trás da beira rio, a cidade começa a fervilhar, as vacas sagradas acordam, fritam-se as primeiras dosas, filtram-se as primeiras chávenas de chá. E nós ali a absorver tudo.

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De tarde foi tempo de visitar templos budistas, e o sarnat onde Buda pregou pela primeira vez.

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Agora, pronto para me deitar já em dehli penso... um dia vou ter de voltar a esta terra.

Diário viagem Índia - Day 4

Março 16, 2017

Depois da capital indiana, nova dehli, chegou a vez de entrar no apogeu da cultura hindu.

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O destino foi Varanasi, antiga Benares, cidade sagrada onde a deusa Ganga desceu dos céus no dorso do seu crocodilo e transformou o rio Ganges na água sagrada.

Visitar esta cidade é por si só razão suficiente para vir à Índia. 

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Depois do trânsito louco serpenteando tudo e todos lá conseguimos chegar aos ghats, desde o central até pisar o local da cremação. Aqui tal como Shiva destruidora, a morte transforma-se em vida, o calor aumenta pelos fogos que queimam os corpos.

Depois de entrarmos na barcaça e percorrer o Ganges durante o por do sol, assistir à celebração Ganga Arti é arrepiante.

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Experiências inexplicáveis e que marcam uma pessoa para sempre. 

Acompanha tudo.

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O Hinduísmo é a Índia

Fevereiro 10, 2017

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A Índia é um país extremamente religioso, crente em “Deus” e todos os seus derivantes. Foi aqui que nasceu o Hinduísmo, o budismo, o jainismo e o sikhismo, sendo que a maior parte da população é hindu. Ou seja, 80% da população é hindu, perto de 15% é islâmica (trazida pela Dinastia Mogul desde o início do século XIV) e apenas 2% da população segue o sikhismo (mais propriamente no território norte do país).

 

Seguindo maioritariamente o hinduísmo conseguimos perceber verdadeiramente o que é a Índia, a sua cultura, a sua sociedade, a sua arte e principalmente as suas “estranhas” características – digo estranhas para nós ocidentais e cristãos, mas serão tão estranhas como são os nossos próprios rituais para os hindus.

 

O hinduísmo é assim uma das religiões mais antigas do mundo, alguns dos manuscritos sagrados datam de 1500 AC. As suas crenças podem ser complexas pois acreditam em imensos deuses (politeísta), detêm uma grande variedade de crenças e contêm muitas seitas diferentes. Os textos sagrados são vários, mas Veda é o mais importante, mas tem outros como Upanishadas, Mahabharata, o Ramayana, os Brahmana, os sutras e os Aranyakas. São escrituras com hinos, filosofias, rituais e histórias que influenciam as crenças hindus.

 

Mas existindo tantas escrituras sagradas e tantas variantes (monísticas – apenas uma coisa existe na escola Sankara, Panteísta – apenas uma coisa divina existe por isso Deus é idêntico ao mundo com Brahmanismo, Panenteísmo – o mundo faz parte de Deus com a escola Ramanuja e Teísta – apenas um Deus, distinto da Criação com Bhakti) torna-se difícil perceber o que são verdadeiramente os hindus. A maneira mais fácil de identificar os hindus é mesmo perguntar se segue a escritura de Veda. Se sim, não resta dúvidas.

 

Os Vedas são mais do que livros de teologia, contém uma mitologia religiosa que se mistura deliberadamente com mitos, teologia e história para atingir uma base em forma de histórias. Esta “Theo-mitologia” é tão bem fixada à história e cultura da índia, que rejeitá-la será o mesmo que rejeitar a Índia.

 

Para os Hindus, e apesar de muitos deuses, Brahma é o Deus supremo, Brahma é Tudo e cada ser é como Brahma – pessoa, animal, ou criatura – deste modo deixa de existir a individualidade. A forma eterna e a realização são assim alcançadas com o moksha, e até o atingir a alma vai reencarnando as vezes que for necessárias em todos os seres. Ao reencarnar num outro corpo ou casta será autodeterminada pelo Karma – assim o que fizeres hoje influenciará a tua reincarnação.

 

É aqui que surge então as castas que caracterizam a Índia, misturando a religião hindu e Brahma e também segundo muitos historiadores a própria história da Índia. Por volta de 1600AC a Índia (ou melhor será dizer o subcontinente indiano) é invadido pelos migrantes arianos (cor clara) que escravizou os nativos (daysa) mais morenos. Como aqui a estratificação da sociedade consoante a cor e consoante as suas funções na sociedade. Mas vamos acreditar que é o hinduísmo que estratifica a sociedade. Assim sendo, e baseando-se em Brahma o deus maior.

 

Da cabeça de Brahma saiu a casta Brama, ou sejam serão sacerdotes e a classe mais elevada da sociedade. Do tronco e braços de Brahma nasceu a classe Xátrias – os guerreiros e os que detêm poder (hoje em dia político), das pernas de Brahma foram criados os Vaíxás a força da Índia, ou seja os comerciantes e os artesãos, por fim dos pés de Brahma nasceram os Sudras – ou seja os servos, os operários, os camponeses. Á margem desta estrutura social existem ainda os Párias (Quem segue a Guerra dos Tronos sabem o que são), são os intocáveis, são aqueles que nasceram apenas da poeira. São aqueles que são invisíveis para a sociedade.

 

Esta estrutura é extremamente endógama, ou seja, quem nasce num extrato social não passará a outro, nem poderá integrar outro através do casamento. Claro que nos dias que correm, com o estudo e a alfabetização já se vai encontrando diferenças nesta rígida luta de classes, mas mesmo que um Sudra consiga alcançar poder através da sua profissão, moralmente nunca passará de um Sudra.

 

Os cinco princípios fundamentais do hinduísmo são assim:

- Um Deus único com Tríplice Manifestação: O ser supremos se divide para produzir a vida universal

- A Natureza Eterna do Mundo: O mundo e os seus seres saídos de Deus voltam a Ele por uma evolução constante

- A Reencarnação: Há uma parte imortal do homem que voltará sempre

- O Karma: Aquilo que fizeres nesta vida influenciará a próxima

- O Nirvana: o estado do não desejo, o mais puro e íntegro da alam.

 

Os Deuses Hindus, são mais do que imensos, cada um que influenciará uma área ou proteção específica. Será assim tão diferente dos santos cristãos? Não acredito.

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 Brahma é sem dúvida o Deus maior dos hindus, é o Deus criador, o primeiro Deus da Trindade dos Deuses do Hinduísmo (Brahma, Vishnu e Shiva). Representa a força do Universo.

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Vishnu – simboliza o vigor, é capaz de suportar qualquer coisa e acima de tudo é capaz de fazer possível os impossíveis.

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Shiva – Deusa da Destruição, a dançarina cósmica que destrói para brahma conseguir criar.

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Krishna é o Deus do Amor, é o Deus atraente e íntimo, é o deus que protege todas as entidades vivas.

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Ganesha – um dos deuses mais conhecidos do mundo derivado de mistura feições humanas com elefante – é o Deus da Educação, da Sabedoria e do Conhecimento.

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Saraswati – A Deusa das artes e da música

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Lakshmi – É uma deusa mãe, a deusa da prosperidade, a deusa da beleza e deusa que reflete o feminino.

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Hanuman – É o deus macaco, aquele que representa o espírito Neandertal dos humanos, o animal que há em todas as pessoas.

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Rama – é o deus guerreiro e o administrador ideal, reflete a moralidade e as ações corretas ideais para uma governação.

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Ganga – Deusa do Rio Ganges.

 

O rio Ganges é torna-se assim na materialização da Deusa Ganga e nasce assim com o local sagrado dos hindus., é a divindade materna é um conjunto de tradições, o Ganges é tudo. Reza a lenda que um rei muito famoso praticou de forma muito fervorosa a sua religião com o objetivo de trazer à terra a Deusa Ganga para que encontrasse a salvação dos seus ancestrais amaldiçoados. Ganga acaba por ceder e desce à terra através de uma trança de cabelo de Shiva para lavar os pecados humanos e torná-la pia e fértil. É assim que Ganges é leito, é ali que os hindus vão lavar os seus pecados, é ali que querem contactar com o divino é ali que querem ser cremados para estar perto de Brahma, é ali que querem ser curados bebendo a sua água.

 

É no Rio Ganges e mais propriamente na cidade de Benares ou Varanasi que se encontra o local sagrado dos hindus.

"O Ganges, acima de tudo, é o rio da Índia, que manteve cativo o coração da Índia e atraiu incontáveis milhões às suas margens desde a alvorada da história. A história do Ganges, de sua fonte ao mar, dos tempos antigos aos modernos, é a história da civilização e da cultura da Índia, da ascenção e queda de impérios, de cidades granmdes e orgulhosas, de aventuras do homem". by Jawaharla Nehru

 

Antes de partir nesta Aventura das 1001 Noites, por terras da Índia, é imprescindível conhecer a sua cultura. A justificação para muito do que vou ver é o hinduísmo.

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