Um dia no Deserto por Ras Al Khaimah
Junho 15, 2016
Perdido por entre areias de cores vermelhas, calor intenso, uma brisa quente que levanta minúsculos grãos de areia pelo ar e que nos pica as pernas, um horizonte alaranjado que reflete a magia do deserto.
Esta foi sem dúvida uma das grandes aventuras por que passei em Ras al Khaimah, pelos Emirados Árabes Unidos.
A tarde começou com pick up no hotel e partida para o deserto escaldante, perto de Omã. Pelo caminho vamos passando por palmeiras que amadurecem tâmaras, camelos que deambulam por todas as estradas, uma ou outra construção luxuosa que advinha palácios de mármore, e ao fundo as montanhas secas que se traduzem na fronteira entre Omã e EAU.
A aventura começa ao chegar à entrada do deserto, o jipe característico nestas bandas, começa a subir e a descer as dunas com uma velocidade incrível, sinto-me num qualquer rali pelo deserto do Saara, mas desta vez sou eu que sou o co-piloto, e o deserto é outro, é uma sensação de adrenalina, de loucura, e apesar de fechado dentro de um carro consegue-se atingir a liberdade. À minha frente apenas eu e a areia, eu e a natureza, eu e o nada.
Ao final de um par de horas e com algumas paragens pelo caminho para descansar as costas, beber uma água refrescante e absorver spot’s de paisagens idílicas chegámos ao oásis beduíno. À nossa espera uma cáfila de dromedários para nos encaminhar às nossas tendas. Subir à bossa daquele animal calmo e misterioso, e “cavalgar” por entre estas dunas foi arrepiante.
A tarde já ia longa, o sol começara a pôr-se, e no escuro do deserto apenas o brilho da lua do islão, as estrelas e o luar, a abrilhantar os volumes desérticos das dunas. Parece magia... e então lembrei-me das palavras de Antoine de Saint-Exupéry – O Principezinho:
“O deserto é bonito. E era verdade. Sempre gostei do deserto. Uma pessoa senta-se numa duna. Não vê nada. Não ouve nada. E, no entanto, há qualquer coisa a brilhar em silêncio.”
Agora sentado sobre um tapete, qual mágico, estava na hora de me deliciar com pratos típicos deste mundo, o borrego, os cheiros as especiarias, os falafel, entre outras iguarias que nos aconchegaram o estômago.
As estrelas já bem brilhantes serviram de projetores ao espetáculo que se seguiu, danças folclóricas masculinas onde as saias rodopiam até ao céu, num êxtase total daqueles personagens dançantes, quase como uma prece aos céus e um elevar da alma a Alá.
A noite terminou e com ela esta aventura da Desert Gate Tourism.
Rotas do Mundo - Aqui me encontro